Tecnológicas batalham invasão governamental da privacidade

Várias gigantes norte-americanas do setor tecnológico estão a reformular as suas políticas de atuação de forma a passarem a notificar automaticamente os utilizadores quando estes forem alvo de pedidos governamentais para acesso aos seus dados pessoais detidos por estas empresas.

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As alterações, noticiadas pelo The Washington Post, são fruto das perturbantes revelações das condenavelmente imorais práticas de espionagem e de recolha massiva de dados por parte da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, e do papel que muitas empresas de Tecnologias de Informação tiveram nessas operações.

Dadas as circunstâncias, as tecnológicas não têm outra alternativa senão procurar formas de conseguirem assegurar a privacidade dos consumidores e de demonstrarem o seu compromisso para com os utilizadores.

Contudo, esta reconfiguração não se aplicará a requisitos provenientes de entidades de organismos governamentais como a NSA e o FBI quando os dados solicitados fazem parte de uma investigação ao nível da segurança nacional.

Este redireccionamento da conduta de atuação de algumas das maiores empresas de tecnologia norte-americanas traduzir-se-á numa maior dificuldade na aquisição de informação, visto que, ao ser notificado, o utilizador poderá obliterar os dados antes que a entidade governamental se apodere deles.

Este novo paradigma dá à luz, então, uma inquietude dicotómica entre o papel das empresas tecnológicas como protetoras dos cidadãos digitais, e o facto desta nova política poder vir a tornar-se um entrave à ação da Lei.