O que pensam as tecnológicas do novo mayor de Londres

O nome de Sadiq Khan encheu as manchetes na semana passada, quando se tornou no primeiro muçulmano a ser eleito mayor de Londres. A capital inglesa é o centro da indústria tecnológica (e financeira) na Europa, e fez parte da campanha do candidato trabalhista, que prometeu uma série de medidas de incentivo.

Sadiq-Khan-3-684x513Khan ambiciona tornar Londres num hub tecnológico de ponta e na liderança mundial. É aqui que estão sediada várias tecnológicas portuguesas, como a Seedrs, e muitas outras têm escritórios comerciais e até desenvolvimento.  Entre as medidas que referiu estão melhorias na infraestrutura, no ambiente de negócios e nas competências dos recursos humanos – um problema que existe em toda a Europa.

O novo mayor também referiu que a tecnologia seria usada para melhorar a eficiência da polícia e das autoridades londrinas. O que pensam as organizações tecnológicas sediadas em Londres?

Russ Shaw, fundador da Tech London Advocates, sublinha que esta foi a primeira eleição desde que Londres se tornou numa referência global na tecnologia. A organização publicou um manifesto, ‘London’s Digital Future’, que foi debatido e sancionado por todos os candidatos ao cargo político, em fevereiro. “Sadiq colocou um ênfase especial na tecnologia, fazendo campanha na parte Leste de Londres pouco depois de receber a nomeação do partido, e fiquei impressionado pelo seu compromisso n apoio à tecnologia como motor económico da cidade”, explica o executivo à NME/B!T.

Shaw gostaria de ver apresentado um plano de 100 dias para a indústria, incluindo a nomeação de um Chief Digital Officer e um programa abrangente. “A tecnologia é o sector de mais rápido crescimento na economia londrina e este desenvolvimento impressionante está a fazer-nos subir nos rankings internacionais das cidades globais”, adianta Shaw.

Na sua opinião, os próximos quatro anos serão “cruciais” na manutenção deste bom momento, e Saqid pode assegurá-lo com investimentos em infraestrturuas, a taskforce “Skills for Londoners” e rendas a preços mais acessível.

James Layfield, embaixador da London Tech e CEO da Central Working, espera que o novo mayor reconheça que Londres “não tem o monopólio dentro do Reino Unido sobre boas ideias tecnológicas”, e quer ver um trabalho de colaboração com outros hubs regionais.

“Londres mantém-se como cidade preferencial para negócios tecnológicos, mas muitas cidades do Reino Unido cultivaram os seus clusters nos últimos anos, e olharão para a capital como uma exemplo a seguir”, considera. “Sadiq pode ser um grande ativo para Londres e os hubs regionais em crescimento, partilhando melhores práticas com outras autoridades locais para melhorar o acesso ao talento, cadeias de fornecimento e bases de clientes”, refere.

Jason Downes, diretor geral da Powwownow, espera que uma série de questões se tornem prioritárias. Londres, e o Reino Unido, querem ser vistos como super poderes globais, e um bom ambiente de desenvolvimento para startups, com acesso facilitado aos melhores talentos. “Para que isto aconteça, a velocidade e disponibilidade da banda larga têm de ser endereçadas”, recomenda.

“As pessoas querem poder trabalhar e aceder a ficheiros em qualquer lugar, e é isso que a sociedade moderna e os métodos de trabalho exigem.” A Powwownow está sediada em Richmond e usa regularmente trabalho flexível, com os colaboradores em casa ou em cafés, o que torna muito importante a melhoria das ligações à internet – com investimentos na infraestrutura.

Erki Kert, CEO da Big Data Scoring, assumiu o apoio a Khan devido à sua posição pró-europeia (o referendo sobre a saída do Reino Unido da União acontece dentro de mês e meio). “O voto por Sadiq Khan foi um voto para manter e desenvolver o legado na inovação tecnológica, bem como do mercado comum, que fazer parte da União Europeia permitiu”, sublinha o responsável. Kert avisa que, para a indústria tecnológica, em especial empresas fintech, “uma saída da União Europeia seria um desastre.” Sadiq estabeleceu que iria proteger os espaços de incubação e startups que encorajam o empreendedorismo e a inovação. “Nisto, ele tem o apoio da maioria das startups e fintechs”, referiu.

George Burgess, CEO da Gojimo, indicou o apoio incondicional às iniciativas de Khan para impulsionar o sucesso dos jovens empreendedores. “As startups tecnológica da cidade sustentam a impressionante história de sucesso económico de Londres, e foi muito bom ver o apoio de Khan à comunidade empresarial”, afirma. “Combinando isto com o compromisso de garantir aos jovens as competências tecnológicas e de negócio necessárias para ter sucesso na economia da cidade foi a chave para a sua popularidade entre os eleitores mais novos.”