Tesla oferece 2,8 mil milhões pela SolarCity

Eis como o magnata que está a revolucionar o mercado de carros elétricos com a Tesla explica o racional do negócio: Musk é o maior acionista das duas empresas e considera que a aquisição é lógica. A empresa resultante da combinação entre a Tesla e a SolarCity pode vender aos clientes um carro elétrico, uma bateria doméstica e um sistema de energia solar, num único pacote.

“Em vez de fazer três visitas a uma casa para instalar um carregador para o carro, painéis solares e pacote de bateria, podemos integrar tudo numa única visita”, disse Musk numa chamada com alguns meios de comunicação, incluindo a Reuters. “É uma coisa óbvia.” O CEO detém 19% da Tesla e 22% da SolarCity, mas avisou que irá retirar-se da votação, que fica a cargo dos restantes acionistas. O mesmo para o CEO da SolarCity, Lyndon Rive, que é primo direito de Elon Musk.

A Tesla não sabe quantos dos seus clientes têm painéis solares em casa, mas Musk disse que é provável que a maioria deles esteja interessada em fontes de energia alternativas. Numa publicação do blogue corporativo, a fabricante de carros elétricos explicou que a compra irá permitir expandir o negócio core de ambas as empresas.

“Seremos a única empresa de energia integrada verticalmente a oferecer produtos de energia limpa end-to-end aos nossos clientes”, lê-se na publicação. “Isto começaria no carro que conduz e na energia que usa para o carregar, e estender-se-ia à forma como tudo é alimentado em casa ou na empresa.” A marca adiantou também que, combinada, poderá “expandir o mercado endereçável de forma mais extensa que ambas as empresas poderiam fazer separadamente.”

Os investidores é que não acharam o negócio tão interessante quanto Musk e Rive, fazendo as ações da Tesla derrapar 7,34% na sessão de hoje, que ainda vai a meio no Nasdaq. É que a fabricante está a entrar numa das fases mais exigentes de sempre, em que se prepara para a produção em massa do Model 3, o carro mais barato da sua história (35 mil dólares).

Por outro lado, a SolarCity dá prejuízo, apesar de liderar o mercado norte-americano de painéis solares para edifícios. A votação dos acionistas será decisiva para a concretização do negócio.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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