Editorial: Um Show off de produtos, 5G e disrupção digital [com vídeo]

O primeiro dia da MWC foi um brinde aos marketeers com apresentações de produtos umas atrás das outras, com fãs e colaboradores das marcas aos gritos e saltos, numa espécie de chegaram os “Beatles” ou para os mais novos está aí o Justin Bieber. O efeito que este tipo de ação faz nas televisões pode até ser contagiante mas não será por isso que se compra um determinado telemóvel, são reflexos de uma sociedade completamente americanizada, não que tenha alguma coisa contra mas podia ser evitado.

O fato é que o MWC é muito mais que apresentação de produtos, é acima de tudo uma feira de negócios em que as empresas aproveitam para redefinir estratégias e discutir o futuro. No primeiro dia, a grande discussão em cima da mesa foi a regulação 5G, onde, essencialmente, se procurou definir parâmetros para cada região do mundo. Efetivaram-se, ainda, compromissos através de acordos com os maiores operadores mundiais e as empresas de desenvolvimento, cujos testes deverão começar já em 2016.  Estes compromissos, em alguns casos, definiram objetivos que levam a iniciativas de pré-estandardização, nomeadamente o 5GEx, METIS II e 5G para a Europa.

Ainda dentro da regulamentação, discutiu-se no 4YFN, o evento paralelo mas integrado no MWC que foi criado para promover e debater as temáticas ligadas às Start Ups e novos formatos de negocio, o fato de a regulação por parte dos governos e, por vezes, de algumas cidades demorarem a surgir quando novos negócios se começam a implementar. São bem conhecidos os casos AirBnB e  Uber que tem problemas em algumas  regiões do mundo. Este tipo de negocio, já chamado de economia colaborativa, começa a estar em todas as áreas do comércio e leva a que os comerciantes fiquem assustados e sintam que o seu negocio esta a ser colocado em causa.  Existe um trabalho gigante para fazer nesta área e pareceu-nos que a vontade e o esforço existem, vamos ver como corre na prática com adoção de novas abordagens.

Neste primeiro dia também se falou muito de “Digitalização” e de que, no decorrer deste ano, todas as industrias serão tocadas pelo  fenómeno da disrupção. Mas veremos, ainda falta algum trabalho e as empresas ainda não estão seguras de qual o melhor caminho. Não importa pensar que o  mundo avança para coisas fantásticas e pode ser conduzido na palma da nossa mão, se não convencermos os empresários que este é mesmo a melhor opção. Tal como na adoção de “Cloud” e “Analitics”,  as empresas colocam reticências à pressa do mercado em vender soluções, sem olhar para as expressividades concretas dos seus negócios.

No final das contas, todos sabemos que é inevitável a digitalização das empresas, a adoção de novas soluções para sobreviver ao futuro, mas ainda vamos a meio do processo ainda falta outro tanto.