Web Summit: Lisboa é a capital do empreendedorismo durante 4 dias

O início da cerimónia de abertura do Web Summit coube a Paddy Cosgrave, como usualmente, mas este ano, a “Opening Night” contou com várias presenças especiais, entre elas, Stephen Hawking, a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, e o  secretário-geral da ONU, António Guterres.

O CEO e fundador do Web Summit falou de como quando tudo começou, em 2010, em que a conferência teve a participação de 4 investidores. Este ano, são mais de 1500 naquela que é a edição mais concorrida da conferência. Entre participantes, trabalhadores, voluntários e media, são mais de 80 mil pessoas envolvidas no evento.

“A tecnologia está a virar do avesso tudo o que tínhamos como certo, a sociedade, a política e até a própria vida na Terra”, disse Paddy Cosgrave, que referiu ainda que o evento vai servir para “ajudar a construir um mundo melhor.”

Nuno Sebastião, CEO da Feedzai, veio a Lisboa falar de inteligência artificial (IA) e e como esta deve ser usada “para que o mundo seja melhor”.  O executivo referiu que a sua “viagem começou na agência espacial europeia, a ultrapassar novas fronteiras” e que quer continuar a fazê-lo mas com recurso à com inovação.

O português apresentou um convidado muito especial, Stephen Hawking, que, através de um vídeo, se manifestou otimista sobre o uso que o mundo dará à IA mas lançou avisos a todos os que trabalham na área.

“Apenas necessitamos de estar cientes dos perigos, identificá-los e empregar a melhor prática e gestão e preparar as consequências com bastante avanço”, referiu o cientista.

Stephen Hawking deixou uma mensagem de esperança, “têm não só a oportunidade, mas a determinação para se comprometerem inteiramente com o estudo da ciência num nível antecipado e criar um melhor mundo para toda a raça humana”.

Depois do convidado surpresa, segui-se uma intervenção de Bryan Johnson, fundador da Kernel, uma empresa dedicada à IA. O executivo abordou formas como a IA pode ajudar a melhorar o mundo e disse que é possível lidar com a tecnologia sem que esta se torne numa “inimiga” e que esta “deve transformar a vida no melhor possível.”

“Um mundo melhor” através do uso da tecnologia,  foi de facto a grande mensagem da primeira noite do Web Summit.

Margrethe Vestager, comissária europeia da Concorrência, falou fair play e indicou que “o desafio é criar as ferramentas certas” e que “necessitamos de uma concorrência justa para ter um mercado justo.”

A comissária dinamarquesa referiu que “a concorrência é um dos maiores drivers da inovação” e que na Europa “construímos um mercado enorme, mas é um mercado em que nos preocupamos”, por exemplo com o ambiente e as condições de trabalho e que como tal, por vezes há necessidade de intervir dado que “temos de nos certificar que é uma democracia e não a lei da selva”. 

Margrethe Vestager referiu-se ainda às redes sociais, indicando que “não podemos deixar-nos ser guiados pelo Facebook, pelo Snapchat ou por outra rede social. A sociedade são as pessoas e não a tecnologia”,  finalizou.

A comissária foi seguida no Center Stage por António Guterres. O secretário-geral da ONU disse que acredita na força “da ciência, da tecnologia e da inovação.”

“Na minha perspetiva, o que é importante é combinar inovação, tecnologia e políticas públicas, para ter a certeza que esta funciona a favor da Humanidade”, frisou o ex- primeiro ministro.

O secretário-geral referiu que o impacto da tecnologia é essencialmente bom mas que trouxe dois grandes problemas, as mudanças climáticas e aumento das desigualdades sociais. Para António Guterres, a “ciência está do nosso lado” e “é preciso olhar para o futuro com uma visão estratégica e com a colaboração do setor público, privado, academia e sociedade civil para garantir que o desenvolvimento é uma força que trabalha para o bem.”

O primeiro ministro de Portugal, António Costa, falou do ecossistema de inovação e startups e de como todos são bem-vindos ao nosso país, tema reforçado pelo presidente da Câmara, Fernando Medina que ofereceu um astrolábio ao fundador da conferência.

No final, Cosgrave lançou o countdown e Medina e Costa carregara no botão que deu o início oficial  ao segundo Web Summit em Portugal.