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Amazon recusa entregar dados de Echo em investigação policial

É um caso de assassinato, que ocorreu no estado americano do Arkansas no mês passado. Um homem foi encontrado morto na casa de um amigo e a polícia determinou que foi assassinado. Com mandato de busca na mão, a polícia encontrou vários gadgets IoT na casa – desde um termostato inteligente Nest a um Echo, o dispositivo que permite ativar o assistente digital da Amazon, Alexa.

Aqui reside o problema: a polícia ordenou que a Amazon entregue todos os registos capturados pelo Echo e armazenados na nuvem, mas a empresa recusa cumprir a ordem, por questões de privacidade. O Echo é “acordado” quando o utilizador fala uma de duas palavras, “Alexa” ou “Amazon.” O mandato obtido pela polícia e citado pelo Washington Post sugere que a polícia não entendeu bem como o gadget funciona.

“O Amazon Echo está constantemente à espera do comando Alexa ou Amazon, e regista qualquer comando, pergunta ou indicação verbal após esse momento, ou possivelmente em todos os momentos sem que a palavra de ativação seja dita, sendo depois feito o upload nos servidores da Amazon.com em uma localização remota”, diz o mandato. “Acreditamos que esses registos são mantidos pela Amazon.com e são provas relacionadas com o caso em investigação.”

Os registos de áudio e as suas transcrições são armazenados no app Alexa e só podem ser apagados manualmente. Mas esse registo depende das palavras de activação e, segundo a Amazon, a ideia de que o Echo regista todo o áudio a todo o momento é falsa.

Ainda assim, a ordem foi emitida e a Amazon resolveu não cumprir, exatamente a mesma atitude da Apple quando o FBI ordenou que desbloqueasse o iPhone de um terrorista.

“A Amazon não irá partilhar informação de clientes sem um pedido legal válido e obrigatório”, disse uma porta-voz da empresa. “A Amazon recusa pedidos demasiado abrangentes ou inapropriados.”

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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