Angola é um mercado com potencial para as software-houses

A consultora IDC tem vindo a apostar cada vez mais no mercado angolano. A edição de 2014 do CIO Summit reuniu mais de 140 decisores ligados às TIC neste mercado, no qual a IDC presente crescer 10%. À “B!T” Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal, admitiu que Angola é um mercado com potencial para as software-houses nacionais, apesar de ser um mercado complexo, com muita concorrência e especificidades culturais. O gestor esclarece que o mercado português de TI é um mercado relativamente maduro e estagnado, onde o crescimento verifica-se apenas em alguns nichos de mercado e nas soluções que têm como base a 3ª plataforma tecnológica. Já Angola é um mercado em forte crescimento ao nível das infraestruturas base e ainda pouco maduro ao nível de software e serviços.

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O mercado de TI tem vindo a crescer de forma energética em Angola, diz a IDC. O país tem dado vários saltos tecnológicos e para além do forte investimento em infraestrutura, novas tecnologias como as soluções de mobilidade têm crescido de forma muito significativa em Angola. Para além disto, nos últimos anos tem sido feito um investimento significativo nas áreas de infraestrutura, energia e telecomunicações e ao mesmo tempo um esforço para a qualificação dos recursos humanos. Mais: a presença de fabricantes internacionais em Angola e o próprio desenvolvimento das empresas angolanas com recursos humanos qualificados são fatores críticos para o desenvolvimento da indústria tecnológica.

A IDC, empresa especializada em market intelligence, serviços de consultoria e organização de eventos para os mercados das TIC, desde 2010 que tem vindo a apostar no mercado angolano. E para além de oferecer os seus serviços de advisory para os gestores angolanos, a empresa tem vindo a realizar estudos de mercado neste país, para além de, desde 2011, realizar o seu evento anual para CIO em Angola, denominado CIO Summit Angola.

Economia volta a crescer

À “B!T”, Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal, garantiu que “para as empresas portuguesas de TIC, a IDC é a parceira ideal para desenvolver estudos de mercados e eventos que permitam o contacto com os principais decisores Angolanos” e admitiu que o objetivo naquele país é aumentar em mais de 10% o volume de negócios.

Segundo a IDC, a economia Angolana volta a crescer rapidamente após alguns anos de reduzido crescimento, sobretudo devido aos efeitos persistentes da crise financeira global. O PIB real cresceu a uma taxa estimada de 7,9% em 2012 e 8,2% em 2013 (contra os 3,9% em 2011), contribuindo para tal o forte desempenho dos setores da energia, transportes e construção.

As perspetivas para 2014 permanecem positivas e o crescimento económico previsto situa-se nos 7,8%, impulsionado por uma combinação de fatores relacionados com a expansão contínua do setor do petróleo e gás, aliado a um programa de gastos públicos destinado a incentivar a diversificação económica.

 Crescimento das TIC deverá ser de 10%

A IDC prevê ainda que o investimento global em TIC em Angola cresça cerca de 10% em 2014, com alguns segmentos, como é o caso do software, com crescimento acima dos 20%. Aliás, Gabriel Coimbra admitiu à “B!T” que “Angola é claramente um mercado com potencial para as software-houses nacionais, mas é um mercado complexo, com muita concorrência e especificidades culturais”. Basicamente, o gestor do mercado nacional diz que o mercado português de TI é um mercado relativamente maduro e estagnado, onde o crescimento verifica-se apenas em alguns nichos de mercado e nas soluções que têm como base a 3ª plataforma tecnológica. Já Angola é um mercado em forte crescimento ao nível das infraestruturas base e ainda pouco maduro ao nível de software e serviços.

“Neste contexto de expansão económica, o investimento em tecnologia é fundamental para o crescimento e sustentabilidade económica de Angola. Para além da utilização das tecnologias para a expansão das atividades operacionais, inovação de produtos e serviços, e para a automatização dos processos empresariais, as tecnologias de informação e comunicação, principalmente ao nível da mobilidade, são críticas para garantir uma participação social, cultural e económica alargada da população Angolana.”

O IDC CIO Summit Angola, realizado no passado mês de junho, teve como objetivo partilhar informação sobre as principais tendências tecnológicas e ajudar as organizações a tornarem-se cada vez mais competitivas, e consolida-se como o evento de referência para gestores de TIC que atuam neste mercado. O evento, que decorreu no Hotel EPIC Sana em Luanda, reuniu mais de 140 decisores ligados às TIC em Angola e contou com o contributo de reconhecidos especialistas na área da gestão e tecnologia em Angola, como Nadim Habib, CEO da NOVA Executive Education; Carlos Rosado de Carvalho, Consultor Editorial do Jornal Expansão; Vicente Lopes, Presidente da Sociedade Angolana de Computação; e Jaime Fidalgo, Editor da Revista Exame Angola, que moderou o painel de debate.

Cerca de 20 empresas que operam na área de Tecnologias de Informação participaram no CIO Summit & Expo Angola 2014, entre as quais mais de uma dezena de organizações portuguesas. Marcaram também presença alguns dos players mais relevantes na área das TI em Angola como a HP, Schneider Electric, Exictos e Primavera.