Apple com recorde de lucros apesar de crescimento estagnado

A empresa vendeu um número recorde de iPhones, 74,8 milhões, mas este marco representa uma estagnação do smartphone: apenas 300 mil unidades a mais que no mesmo período de 2014. As vendas totais da Apple atingiram também o volume inédito de 70 mil milhões de euros, e os lucros chegaram aos 17 mil milhões. No entanto, em ambos os indicadores o crescimento ronda uns tímidos 2%.

Na conferência com analistas após a divulgação dos resultados, o CEO Tim Cook justificou a estagnação com os desafios económicos em vários mercados e com a desvalorização de moedas como o Euro e a libra. Dois terços do volume de negócios da Apple vem das operações internacionais, de fora dos Estados Unidos, e a desvalorização cambial prejudicou os resultados daquele que é o primeiro trimestre fiscal da empresa, findo a 26 de dezembro.

Ainda assim, o executivo mostrou-se positivo no médio e longo prazo, disse que a tecnológica vai reforçar o investimento na Índia – onde as vendas do iPhone deram um salto de 76%. Cook disse que este foi “o maior trimestre de sempre da Apple”, o que é verdade mas não convence o mercado. Com o iPhone a estagnar e as vendas do iPad e do Mac a caírem, 25% e 4% respetivamente, as expectativas para o próximo trimestre são bastante cautelosas.

Cook não revelou números concretos, mas disse que tanto o Apple Watch como a Apple TV registaram recordes de vendas. No caso da tv, o executivo também informou que a App Store tem agora 3600 aplicações dedicadas.

Para o próximo trimestre, que o diretor financeiro Luca Maestri disse ser “muito difícil”, a Apple espera uma quebra das vendas em relação ao homólogo, o que é bastante raro na empresa. Há meses que os analistas preveem tempos complicados para a marca, que não conseguiu ainda encontrar um produto com o mesmo tipo de sucesso do iPhone.

Em março, aliás, espera-se que a Apple apresente um novo smartphone, mais pequeno (ecrã de 4 polegadas) e mais barato. Será suficiente, tendo em conta que todo o mercado está em contração e que muitos já falam do “fim do smartphone”?

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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