Apple processada por efeito do iOS 9 nos iPhones 4s

A acusação é de que a Apple anunciou que o iOS 9 seria compatível com o iPhone 4s, lançado em 2011, sem avisar os consumidores de que poderiam ter problemas devido às limitações do hardware.

Quem instalou a mais recente iteração do sistema num iPhone 4s acabou por ficar com um telemóvel demasiado lento, com aplicações que não funcionam e sem a possibilidade de regressar a uma das versões anteriores do iOS. A outra hipótese é comprar um iPhone novo, o que não é propriamente barato. Terá a Apple feito de propósito para forçar upgrades?

De acordo com o Apple Insider, que deu a notícia, o queixoso principal é Chaim Lerman mas este é um “class action suit”, isto é, os consumidores que se sentem lesados podem juntar-se ao processo. O documento que deu entrada no tribunal, e está disponível online, argumenta que os consumidores foram prejudicados economicamente e que a Apple usa a promessa de updates futuros por vários anos para convencer os clientes a escolherem os seus smartphones.

A empresa também tinha capacidade para perceber o impacto negativo que o iOS 9 teria na funcionalidade dos iPhones 4s, diz o queixoso. Por outro lado, Lerman chama a atenção para a questão das plataformas. Nesta altura, com um mercado maduro e de substituição, é mais provável que um consumidor compre um novo modelo da mesma plataforma (neste caso Apple) que de uma concorrente, porque os investimentos feitos em aplicações não são transferíveis entre ecossistemas móveis.

Não é a primeira vez que a Apple se vê envolvida num caso deste tipo e é acusada de “obsolescência planeada”. Em 2011, vários clientes entraram com um processo porque a nova versão iOS 4 tornava os iPhones 3G (lançados em 2008) em “iTijolos”. O caso acabou por ser arquivado.

A questão tem que ver com a diferença entre compatibilidade técnica e desempenho optimizado: enquanto o hardware mais antigo é compatível, as novas versões do software são desenhadas para as iterações mais recentes e por isso não é possível obter os mesmos benefícios de performance, eficiência da bateria, rapidez, entre outras. Caberá agora ao juiz Sterling Johnson, Jr. decidir o que fazer ao caso, sendo que não foi ainda definida a data da primeira audiência.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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