Armando Almeida: PT vai continuar a ser grande em Portugal

O novo presidente da PT Portugal é hoje destaque na imprensa nacional pela grande entrevista que faz a capa do Diário Económico. O novo homem forte da empresa de telecomunicações portuguesa aborda vários assuntos que estão em cima da mesa: venda da empresa, cortes de pessoal, relações com a Oi ou mudança de nome da empresa.

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Armando Almeida admite que chegou à PT “no meio de um furacão”. A polémica sobre o financiamento à Rioforte que causou grande desconforto na relação com os brasileiros da Oi, principal acionista, agravada pela curta passagem de Henrique Granadeiro pela liderança, também ela controversa e deixando acusações no ar, cruzada com a posterior saída de Zeinal Bava da liderança da operadora brasileira abalaram a imagem da empresa nos mercados mas também junto das pessoas e até dos próprios trabalhadores.

O gestor lamenta: “hoje, muita gente fala muito mal da PT, infelizmente, incluindo pessoas que trabalharam nesta empresa”. E isso foi uma surpresa embora esperasse “encontrar uma empresa com alguns problemas, com falta de processos, uma empresa onde as pessoas estivessem em baixo”. Apesar disso destaca que a PT Portugal “em termos de profissionalismo, é única”.

E, talvez também por isso, Almeida diz não ser sua intenção “neste momento, reduzir pessoal. Na situação em que Portugal está não seria o mais indicado para um líder”. Neste ponto admite sim “fazer mudanças” explicando que “temos 16 mil pessoas em outsourcing. Quando as começarmos a analisar, haverá de certeza a oportunidade de movimentar pessoas dentro da empresa”. Sobre os trabalhadores da PT que estão em pré-reforma clarificou: “não é nossa intenção voltar atrás nesses contratos”.

Sobre a possível venda da empresa, o novo CEO não coloca a hipótese de afirma: “ninguém de disse que a PT Portugal está a venda”. Garante que o seu mandato é para “melhorar os serviços” da dona do Meo junto dos seus clientes e “garantir que há um clima onde as pessoas sentem que podem crescer” junto dos trabalhadores. Indica ainda que não serão necessárias mais injeções de capital por parte do acionista Oi do que os dois milhões já recebidos este ano.

O executivo não foge à realidade das fortes quedas em bolsa que tem sofrido a PT SGPS mas diferencia esta sociedade que é dona de 25% da Oi da parte operacional que lidera: “a PT Portugal não é a PT SGPS. O meu foco é 100% na operação da PT Portugal”. Armando Almeida tem procurado trabalhar no terreno e tem estado a visitar vários pontos da empresa. “Tive oportunidade de falar com 2.800 pessoas. Estou super entusiasmado com a empresa que tenho nas mãos”.

Mantendo este foco no cliente em detrimento dos acionistas, Almeida dá muita importância ao facto de a empresa dar “valor ao país” e dar trabalho, direta ou indiretamente, a milhares de portugueses. Assim, garante que não vai mudar o nome da empresa até porque “PT quer dizer Portugal, PT Portugal quer dizer duas vezes Portugal, ou Portugal ao quadrado”.

Conclui ainda dizendo que “somos uma empresa super relevante para Portugal, e adoro o nome”, reforçando a sua confiança de manter a empresa no topo: “acredito que tenho tudo para afirmar que a PT Portugal continuará a ser uma grande empresa em Portugal”.