Ashley Madison ganha 4 milhões de clientes após ataque pirata

É possível perceber a evolução da base de clientes do site através do contador na página de entrada, que destaca a quantidade elevada de “membros anónimos.” A adição de quatro milhões de clientes – apenas os homens são pagantes – contraria as previsões dos especialistas em segurança que se debruçaram sobre o ataque. A queda do Ashley Madison e a confiança dos utilizadores neste tipo de plataformas seria gravemente abalada.

A explicação para o crescimento poderá ser a publicidade que o site sofreu involuntariamente quando se deu o ataque. Por outro lado, após a exposição dos dados de grande parte dos utilizadores, o CEO e fundador Noel Biderman demitiu-se e foi reforçada a segurança do site, algo que terá convencido novos utilizadores. E por último, o conceito continua a ser menos arriscado que ter um caso no trabalho ou no círculo de amigos.

A Avid Life Media, empresa que detém este e outros sites do género, não comenta o crescimento. A CNN lembra que, no último comunicado emitido em agosto, os responsáveis disseram que os infiéis estavam a usar o site mais que nunca e que as previsões de catástrofe  tinham sido muito exageradas. Só na última semana de agosto, as mulheres inscritas no site terão enviado mais de 2,8 milhões de mensagens.

No entanto, a Avid Life Media enfrenta mais de uma dezena de processos em tribunal por não ter conseguido proteger a identidade dos utilizadores – houve casamentos desfeitos, despedimentos e outras consequências pessoais do ataque, incluindo um escândalo muito público com a estrela de reality shows Josh Duggar. As vendas anuais da empresa rondam os 100 milhões de euros, o que não será suficiente se vários dos processos terminarem com um veredicto de culpabilidade.

“Somos o site mais famoso para encontros discretos entre indivíduos casados”, lê-se na página inicial do Ashley Madison. “Com o nosso pacote de affair garantido, garantimos que irá encontrar o parceiro perfeito para um caso.” Em cima, um ícone diz que este se trata de um SSL Secure Site, mas desapareceu a indicação do Trusted Security Award.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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