CEO da Apple vai à China reunir-se com membros do governo

O CEO da Apple, Tim Cook, está a preparar uma viagem diplomática à China no final de maio, para se reunir com oficiais do governo e tentar resolver alguns dos problemas que a empresa tem enfrentado no país.

A China é o segundo maior mercado da Apple e de vital importância para o crescimento das vendas e receitas. Um dos problemas que Tim Cook pretende resolver é o da suspensão do iTunes Movies e iBooks, que foi ordenada pelo governo em abril.

De acordo com a Reuters, que avança a visita citando uma fonte próxima do processo, Cook estará em Pequim para se encontrar com líderes do Partido Comunista, incluíndo oficiais responsáveis pela propaganda do governo. A proibição das lojas de livros e filmes da Apple aconteceu no seguimento de nova legislação que impõe limites restritos à publicação online, em particular para filmes estrangeiros.

É uma altura péssima para a Apple. Nos primeiros três meses do ano, a marca enfrentou pela primeira vez em 13 anos uma queda nas receitas, sendo que o mercado chinês registou vendas mais fracas do iPhone e uma quebra de 25% no volume de negócios. Foi uma das razões que levou o magnata Carl Icahn a desfazer-se de todas as suas ações Apple na semana passada, um golpe duro para os títulos da empresa que não param de cair.

O investidor disse, em entrevista à CNBC, que o governo chinês pode tornar a vida muito difícil à Apple e que isso é um risco tremendo.

Por exemplo, o governo chinês tem pedido frequentemente à empresa o código fonte dos seus sistemas operativos – algo que Cook obviamente recusou. O episódio recente com o FBI e o Departamento de Justiça norte-americano tornaram os oficiais chineses ainda mais desconfiados da empresa.

Tim Cook, como sempre, tem-se afirmado otimista. Na conferência com analistas que se seguiu à apresentação de resultados, o CEO reiterou que mantém a confiança no mercado chinês e que este é, na verdade, mais estável que a perceção dele lá fora.

A Apple não comentou a visita.