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Ciberataques forçam governos a investir em segurança

Muito se tem falado, um pouco por todo o mundo, sobre a necessidade de restruturar as Forças Armadas. Pois bem, um dos fatores (improváveis) que tem contribuído para esta transformação é o aumento dos ciberataques, que tem obrigado os países a adaptar as suas linhas de defesa. O último exemplo chega do Reino Unido.

David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou o investimento de cerca de 1,1 mil milhões de libras na indústria de Defesa, alertando para os perigos do ciberterrorismo. O político alertou que, hoje em dia, não se podem combater as ameaças cibernéticas com as armas do século passado, frisando que o dinheiro ajudará o país a ficar seguro e a parar com o terrorismo na sua fonte, impedindo-o de chegar a território britânico.

A maioria dos 1,1 mil milhões de libras servirá para financiar as áreas de vigilância, aquisição de alvos e ferramentas de reconhecimento, onde se inclui software e hardware que ajudará a proteger o país contra as ameaças cibernéticas (embora o primeiro-ministro não tenha feito distinção entre hackers ao serviço de Estados estrangeiros e os cibercriminosos ‘comuns’).

Ao The Telegraph, David Cameron explicou que os inimigos, hoje em dia, podem ser visíveis ou invisíveis, pelo que não vão ser os tanques a conseguir lidar com todas as ameaças, salientando que é necessário recorrer à última tecnologia para combater a guerra cibernética. Refira-se que este investimento surge numa altura em que o Governo britânico se prepara para reduzir o número de efetivos militares dos atuais 102 mil para 82 mil em 2020.

David Cameron não é o primeiro político a referir publicamente o perigo dos ciberataques, uma vez que Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, também já se mostrou preocupado com este tipo de ameaça. Mas a verdade é que, neste xadrez dos ciberataques , ninguém tem as ‘mãos limpas’. Basta recordar, por exemplo, o ataque feito a uma central nuclear iraniana com o vírus Stuxnet e que, embora nunca tenha sido confirmado oficialmente, é atribuído a americanos e israelitas. Isto para já não falar no caso da China, que conta com a Unidade 61398, um grupo secreto que trabalha para o Governo e que conduz ataques cibercriminosos. Embora tudo seja negado a nível oficial…

Paulo Matos

Jornalista há mais de 10 anos, é fanático por cinema, música e MMA. Após uma passagem pelo Ministério da Defesa, conciliou as paixões por tecnologia e escrita, especializando-se em TI, nomeadamente nas áreas de Canal e B2B.

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