Codificação desmaterializada pavimenta futuro do retalho

A digitalização do Retalho e a experiência omni-canal, mas também a própria integração da informação (com dados fiáveis) nas plataformas online e mobile, estão a transformar a proposta de valor tradicional da indústria, com o consumidor a procurar experiências de compra simples e contínuas.

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Estas são algumas das conclusões que se retiram do Segundo Fórum para Parceiros Tecnológicos, iniciativa da GS1Portugal, em parceria com a Microsoft Portugal, que decorreu na passada quinta-feira, 25, em Lisboa, e contou com a presença de mais de 80 responsáveis de reputadas tecnológicas portuguesas e empresas do Retalho.

“Num momento em que existem novos paradigmas de consumo, com extraordinárias novas tecnologias online e mobile e exigências regulamentares, há uma questão que se mantém essencial para os consumidores: a fiabilidade dos dados e dos sistemas de dados em todas as plataformas”, afirma João de Castro Guimarães. Para o Diretor-Executivo da GS1 Portugal, “da mesma forma que os códigos de barras tradicionais ajudaram a afirmar a Distribuição Moderna em Portugal, as novas soluções de codificação desmaterializadas podem levar o comércio eletrónico a novos patamares de excelência e segurança”.

“O mundo não está a mudar, já mudou”, assevera João Tedim. Segundo adianta o Partner Technology Strategist da Microsoft Portugal, que elogia o caminho trilhado pela GS1 Portugal, “nos próximos anos, a oportunidade não passa por criar novos sistemas, mas antes por assegurar a integração da informação. Aliás, o verdadeiro significado do movimento em torno da Cloud é que altera a relação consumidor-retalhista, transferindo a responsabilidade do processo de compra do primeiro para o segundo”.

“Os códigos de barras são finalmente sexy para os marketeers, pois são o ponto de entrada nas plataformas digitais”, assegura Pere Rosell. Para o Diretor de Standards e Tecnologia da GS1 Espanha, “a transformação digital, com as experiências omni-canal (acesso a qualquer produto, em qualquer lado, a qualquer hora, num qualquer dispositivo), está a alterar a forma como as marcas interagem com os consumidores e geram receitas. É, por exemplo, fundamental que o processo de devolução seja tão simples como o processo de venda”. Conforme acrescenta este especialista em Standards, “a introdução de RFID nas lojas da Inditex é mais um exemplo desta exigência dos consumidores e pode significar uma diferença de entre dez a quinze por cento nas vendas”.

“Existem 22 princípios essenciais quando falamos em maior eficiência nos negócios, que estão na base da missão da GS1 e dos quais sublinho a conformidade, a consistência ou a ausência de royalties”, realça Henri Barthel da GS1 Global Office, em Bruxelas. “Dispositivos médicos no Japão, Compras do Serviço Nacional de Saúde britânico, mas também os exemplos de logística na multinacional Philips ou na portuguesa Luís Simões, são referências de dimensão internacional que demonstram a abrangência e a diversidade de setores onde o Sistema de Normas GS1 está presente (Retalho, Saúde, Logística, Financeiro, entre muitos outros)”, esclarece ainda o Vice President GS1 System Integrity & Global Partnerships.

“Numa perspetiva omni-canal, a nova plataforma de sincronização de dados, Sync PT, permite a integração e transferência global, normalizada e em tempo real, dos dados obrigatórios (comerciais, de marketing e logísticos, entre outros) nos canais digitais entre todos os Parceiros de Negócio. Esta solução surge, aliás, num momento particular, uma vez que, a 13 de dezembro de 2014, entra em vigor o Regulamento UE 1169/2011 (venda de bens alimentares nos canais online e mobile)”, conforme salienta Nuno Azevedo. O Diretor de Inovação e Tecnologia da GS1 Portugal termina destacando “o maior anseio do consumidor: dados e informações fiáveis e de qualidade, sobre si e sobre os produtos e marcas que consome”.

Este Segundo Fórum para Parceiros Tecnológicos da GS1 Portugal teve como objetivos de fundo analisar as boas práticas internacionais no âmbito da codificação de produtos e serviços – dos tradicionais códigos de barras às soluções digitais desmaterializadas – e estabelecer uma Plataforma de Colaboração capaz de facilitar as relações comerciais e alavancar os negócios e a competitividade do setor das Tecnologias de Informação e das mais de 7350 empresas que utilizam o Sistema de Normas GS1.