Confiança dos empresários cai pela primeira vez desde janeiro de 2013

Segundo uma edição especial do Barómetro Kaizen, 95% dos gestores acredita que o atual momento de instabilidade política pode colocar em causa retoma económica em curso.

 

A edição especial do Barómetro Kaizen – promovido pelo Kaizen Institute, e que tem como objetivo de perspetivar e medir que impacto é que o clima de incerteza e instabilidade política atual poderá ter no rumo económico do país – revela um recuo inédito no índice de confiança da classe empresária, passando de 12,7 valores (julho de 2015) para 11,4 valores.

Desde que é medido pelo Barómetro Kaizen (janeiro de 2013), a confiança dos gestores havia aumentado consecutivamente. Esta é a primeira vez que regista uma regressão, situando agora valores similares aos medidos em Fevereiro de 2014, período em que o país estava sujeito à intervenção da troika, avançou o Instituto em nota de imprensa.

Um terço dos empresários (33 por cento) inquiridos admite ainda que o atual momento político terá impacto ao nível do plano de investimento da sua organização, na medida em que poderá adiar ou mesmo cancelar investimentos previamente definidos.

Dois em cada três empresários questionados referem que o impacto será nulo, na medida em que o plano de investimentos pré-estabelecido manter-se-á. Aumento da capacidade e produtividade (35 por cento), retenção de talentos e desenvolvimento de pessoas (25 por cento) e entrada em novos mercados (23 por cento) são, pela respetiva ordem, as apostas primordiais dos empresários nacionais para o último trimestre do ano.

Questionados sobre as ondas de choque que o atual momento político pode desencadear na perfomance económica do país, 95 por cento dos empresários inquiridos considera que a instabilidade política que Portugal atravessa pode colocar em causa a retoma económica em curso.

Perante uma eventual e expectável moção de rejeição no Parlamento, empresários e gestores dividem-se quanto ao “caminho” político que dará maior garante à economia: 34 por cento defende um Governo maioritário de esquerda; 34 por cento opta por Governo de iniciativa presidencial; 32 por cento apoia a tomada de posse de um Governo de gestão.