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Firma de advogados vigiada durante negociação internacional

Uma sociedade de advogados anónima norte-americana foi apanhada na vigilância mundial da Agência de Segurança Nacional (NSA) e dos seus parceiros australianos, de acordo com uma peça jornalística do The New York Times.

Um documento classificado obtido por Edward Snowden mostra que a firma estava ser monitorizada enquanto representava um governo estrangeiro em conflitos comerciais com os Estados Unidos.

O governo da Indonésia manteve a firma para negociações comerciais, que estavam sob vigilância da Direção de Sinais australiana, revelou a publicação, citando o documento confidencial datado de fevereiro de 2013.

A agência australiana notificou a NSA que vigiava as negociações, incluindo comunicações entre oficias indonésios e a firma norte-americana, e ofereceu-se para partilhar a informação que tinha conseguido registar.

Os australianos disseram que “informação coberta pelo privilégio advogado-cliente estaria incluída” na inteligência recolhida, de acordo com o documento, que o NYT descreveu como sendo um boletim mensal de um oficial em Canberra, Austrália, associado à NSA.

A sociedade de advogados não foi nomeada no documento, mas Mayer Brown, uma firma de Chicago, estava, nessa mesma altura, a atuar como consultora do governo indonésio em negociações comerciais, de acordo com o Times.

O New York Times citou Duane Layton, advogado na Mayer Brown que esteve envolvido nas negociações comerciais, dizendo que ele não tinha conhecimento de ele ou da sua firma terem estado sob escrutínio por parte de agências de inteligências australianas ou norte-americanas.

“Sempre me perguntei se estaria alguém à escuta, porque só um idiota não se questionaria sobre isso na altura em que vivemos”, disse Layton. “Mas nunca pensei que realmente estivesse a ser espiado”.

Kent Zimmermann, consultor na firma Zeughauser Group, disse à Reuters que tratava-se de uma mera questão de tempo até isto acontecer a uma firma de advogados norte-americana e que fosse publicamente revelado. “Há uma perceção generalizada de que as sociedades de advogados dos Estados Unidos são o ponto fraco da América corporativa no que concerne a vulnerabilidade a espionagem ou hacking”.

Filipe Pimentel

Formado em Ciências da Comunicação, tem especial interesse pelas áreas das Letras, do Cinema, das Relações Internacionais e da Cibersegurança. É incondicionalmente apaixonado por Fantasia e Ficção Científica e adora perder-se em mistérios policiais.

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