Huawei processa Samsung por infração de patentes

O habitual é a situação oposta, com outras fabricantes a processarem marcas chinesas por cópia, violação de patentes e copyright. Agora, a Huawei alega que a concorrente sul-coreana tem utilizado de forma ilegal tecnologia de comunicações 4G, sistemas operativos e interface de utilização nos smartphones Samsung. A  fabricante chinesa entrou com dois processos, um nos Estados Unidos e outro na China, avança a Reuters.

“Esperamos que a Samsung (…) deixe de infringir as nossas patentes e obtenha as licenças necessárias da Huawei, e trabalhe em parceria para impulsionar a indústria”, lê-se no comunicado publicado pela marca chinesa, citando o presidente do departamento de direitos de propriedade intelectual da Huawei, Ding Jianxing.

A marca chinesa tem investido fortemente em Investigação e Desenvolvimento (I&D), não apenas no mercado doméstico mas também fora – tem inclusive um destes centros em Portugal, que abriu em 2012. No ano passado, o seu investimento total nesta categoria alcançou os 15% das receitas, ou cerca de 8,2 mil milhões de euros, segundo indica em comunicado.

A Huawei adianta ainda que a maior parte das suas receitas provém das infraestruturas de telecomunicações que produz e para as quais detém 50,377 patentes.

É um caso de particular importância para a Samsung, tendo em conta que os sul-coreanos cresceram muito à conta do domínio do mercado chinês, que acabaram por perder nos últimos dois anos – primeiro para as marcas domésticas, como a Xiaomi, depois para a Apple, que conquistou grandes porções do mercado após o lançamento do iPhone 6. Os dados indicam que a Samsung está em sexto lugar no ranking da China, atrás da Huawei, OPPO, Vivo, Apple e Xiaomi.

Por outro lado, a Samsung tem sido obrigada a lidar com caso atrás de caso de infração de patentes. O mais notório foi com a Apple, que a processou em 2011 pelo uso de tecnologia não licenciada e a cópia do design (exterior e de software) do iPhone.

Também na Índia, a Xiaomi – que muitos chamaram de “Apple chinesa” – teve de suspender as vendas dos seus smartphones por um período de tempo, devido a uma queixa de infração de patente por parte da sueca Ericsson.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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