Monument: a cloud pessoal que se controla em casa

O conceito da Monument é facilitar o armazenamento, organização e acesso a fotografias e vídeos pessoais sem ter de pagar por um serviço nas ‘nuvens’ que estão disponíveis no mercado. O primeiro produto, que vem em preto ou rosa dourado, será lançado em breve no Kickstarter pelo preço promocional de 99 dólares. Quando chegar ao retalho, subirá para 210 dólares.

“Há soluções na nuvem, mas o utilizador fica preso numa marca e tem de pagar subscrições mensais para sempre”, diz à Bit Ercan Erciyes, um dos cofundadores da Monument, que esteve no CES 2016 a lançar o seu primeiro produto. “Criámos uma solução que simplesmente armazena todas as suas fotos e vídeos, organizando-os através da sua tecnologia de inteligência artificial“, refere. Esta componente não só reconhece fotos e locais como também compreende que tipo de situação é aquela, para tornar a pesquisa fácil. Por exemplo, o utilizador pode pesquisar apenas por “neve” ou “praia” e o sistema irá devolver todas as fotografias em que estes elementos se encontram nas fotos, sem ser necessário criar etiquetas nem categorizá-las. “O algoritmo de aprendizagem automática irá entender de que conteúdo se trata.”

A Monument, criada em abril do ano passado, conduziu centenas de entrevistas com consumidores para perceber quais as funcionalidades de que precisavam. “Organizar o nosso conteúdo e armazená-lo de forma segura num único local é difícil, consome muito tempo, custa dinheiro e é frustrante”, resume Erciyes sobre os resultados.

O produto que será lançado em janeiro no Kickstarter ainda poderá sofrer modificações, nomeadamente ao nível da segurança. Eis como funciona: o utilizador conecta por USB um ou dois discos ao Monument, que é então emparelhado via Bluetooth com o smartphone, tablet e Smart TV pessoais. A partir daí, é sempre possível aceder aos conteúdos através da app instalada nestes aparelhos, com conexão encriptada mas sem password. Como a “nuvem” fica em casa do utilizador com ligação exclusiva aos seus aparelhos, os conteúdos nunca ficam acessíveis em qualquer cloud pública.

Mas é aqui que o executivo admite introduzir funcionalidades, se os utilizadores assim o desejarem. A segunda versão do gadget também terá capacidade para ligar até quatro discos externos, aumentando o espaço de armazenamento de forma exponencial.

Quanto ao nome da empresa e do produto, é simples: “Este deve ser o local a que as pessoas podem voltar e olhar para as memórias da sua vida. Não é um museu, é um monumento. Museu… é aborrecido.”

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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