MWC 2015: Ericsson quer liderar Sociedade em Rede

O mundo das TI, o seu ecossistema, está a mudar. As necessidades são hoje outras pelo que clientes e fornecedores têm de se ajustar a todo este novo mundo. Hans Vestberg, presidente e CEO da Ericsson, que pela sexta vez está no Mobile World Congress (MWC) como CEO da empresa sueca, admite que, nesta transformação, a cloud, a computação em nuvem, tem um papel de particular relevo.

 Hans Vestberg, presidente e CEO da Ericsson
Hans Vestberg, presidente e CEO da Ericsson

Foram vários os anúncios promovidos aqui e Barcelona pela Ericsson, uns realmente novos e outros recentemente lançados mas que aproveitam o palco do MWC para ganharem maior visibilidade. Mas vejamos a forma como o mundo, nomeadamente as TI, está a mudar. Nos últimos 12 meses, o número de subscritores de banda larga móvel aumentou para os 2,9 mil milhões, sendo que o vídeo começa agora, ou melhor, já é, um dos principais atrativos e responsáveis pelo consumo de dados. Por isso, o 5G está já a ser amplamente testado, anunciou o CEO da Ericsson.

Vamos então aos lançamentos, através dos quais a Ericsson “insiste” em demostrar “a sua liderança mundial em tecnologia e capacidade para disponibilizar serviços e inovar”. Até porque, afiança a empresa, “a Sociedade em Rede está a transformar indústrias inteiras” e as ferramentas de TIC tornaram-se recursos quotidianos fundamentais para as empresas, as pessoas e a sociedade. “Somos líderes em soluções de hardware, serviços e software que fomentam o desenvolvimento da mobilidade, da banda larga e da cloud, criando as bases para o surgimento de novos ecossistemas e para a transformação entre vários sectores de indústria”.

No que diz respeito à “rede”, onde a Ericsson quer marcar a diferença, o primeiro destaque vai para o License Assisted Acess (LAA), lançado em Las Vegas, no CES deste ano. Pela primeira vez na indústria, a Ericsson apresentou a tecnologia 4.5G, que melhora as velocidades dos dados móveis nos smartphones e em outros dispositivos.

Já o Ericsson Radio System foi apresentado como uma solução de rede móvel modular projetada para melhorar a cobertura aos utilizadores de dispositivos móveis. Algo que pode ser particularmente interessante sobretudo se tivermos em conta o crescimento de oito vezes no tráfego de smartphones entre 2014 e 2020. Aliás, a Ericsson projeta que em 2020 90% da população do mundo com mais de seis anos de idade tenha um telefone móvel… Segundo o construtor sueco, este Radio System coloca os operadores precisamente no caminho para o 5G, oferecendo desempenhos líder da indústria, reduzindo drasticamente os requisitos de energia, espaço físico e tempo de instalação.

Network Software 15B e App Experience customization foram outros dos destaques de Hans Vestberg, assim como Expert analytics 15.0 e a Digital Telco Transformation, uma oferta que combina serviços de consultoria e de integração de sistemas com o portfólio de OSS/BSS.

Mas é na cloud que a empresa sueca tem, igualmente, vindo a apostar de forma inequívoca, sendo este mesmo um dos seus drivers estratégicos para o futuro próximo. Vestberg obviamente salientou a Ericsson Cloud System, uma solução full stack, com hardware e software, capaz de lidar com cargas de trabalho de várias indústrias, proporcionando, uma vez mais, uma plataforma para o 5G. Esta solução surge no sentido que a procura por cloud tem vindo a crescer mas as preocupações relativamente à segurança e governance têm abrandado a sua adoção. O hardware e software que envolvem esta solução garantem, assegura a empresa, uma cloud híper-escalável, segura e gerível.

Aqui ganha particular relevo o HDS 8000, em parceria com a Intel, uma nova geração de datacenters híper-escaláveis. Algo que Brian Krzanich, CEO da Intel, classificou como um produto de classe mundial. “A Ericsson está a transformar a infraestrutura de rede”, disse o responsável na conferência para imprensa e analistas que decorreu esta manhã em Barcelona.

Atualmente, a empresa sueca é responsável pelo registo de mais de 35 mil patentes e mais de 25 mil trabalhadores dedicados apenas à investigação e desenvolvimento (num universo de 118 mil funcionários). Aliás, em I&D, a Ericsson faz um investimento anual de cinco mil milhões de dólares norte-americanos, sendo que em 2014 faturou qualquer coisa como 33 mil milhões de dólares.