O ano de todas as mudanças para a SoftFinança

A SoftFinança apresenta-se ao mercado ‘de cara lavada’ – mudou de imagem, instalações e estratégia – e estima faturar 4 milhões de euros este ano. João Cupertino, Diretor Geral da empresa de software focada em soluções tecnológicas para o sector financeiro, explica à B!T as grandes alterações da SoftFinança e os principais objetivos que a organização pretende alcançar a curto e médio prazo.

João Cupertino, Diretor Geral da SoftFinaça
João Cupertino, Diretor Geral da SoftFinaça

B!T: A SoftFinança mudou a sua imagem corporativa. Por que decidiram fazê-lo este ano?

João Cupertino: O setor financeiro atravessa um período de reformulação. Da regulação aos novos canais, passando pelo surgimento de novos players que criam novos modelos de negócio, existe um conjunto de mudanças em curso que irão mudar a face atual do negócio bancário. Cientes dessa mudança, decidimos efetuar um processo de análise estratégica da evolução prevista para o setor e quais os principais desafios que estas organizações têm pela frente para melhor servir os seus clientes e se diferenciarem. Dessa análise nasceu uma nova visão estratégica para a empresa, que implicava a passagem de uma cultura de empresa de projetos para um modelo em que a empresa seja capaz de entregar produtos e adequá-los à realidade de cada cliente. Para além de um conjunto de produtos próprios adequados ao modelo operacional das instituições do setor financeiro, a oferta ficou completa com a definição de uma parceria estratégica com a SAP, para além da parceria já existente de há longa data com a Microsoft, para incluir os seus produtos dentro da oferta da empresa. Para que esta mudança de posicionamento fosse completa, seria necessário reformular também a forma como a empresa se apresenta no mercado, a sua missão e visão para as soluções e produtos que se propõe desenvolver. A mudança da imagem corporativa é consequência dessa decisão.

Que estimativas têm para este ano em termos de faturação?

A SoftFinança estima para este ano – o primeiro ano completo desta estrutura com que começou a operar no final do ano transato – atingir um volume de faturação em torno dos 4 milhões de euros.

Quais as principais razões que vos levaram a mudar de instalações?

Vários fatores estiveram na génese desta decisão, uns tecnológicos e outros operacionais. Do lado tecnológico, a desmaterialização dos processos, conjugada com a ascensão de novos modelos de trabalho e de colaboração, de que é exemplo a crescente eficácia das tecnologias de comunicação por conferência ou o cloud computing, entre outros. Estas mudanças tiram relevância ao fator de proximidade aos clientes, uma primeira razão pela qual a SoftFinança decidiu fazer esta mudança. Adicionalmente, a nova localização (nota de redação: Torres Vedras) permite acomodar o novo modelo organizacional e a estratégia de crescimento prevista, mas também incluir no mesmo espaço os dois mais importantes parceiros da SoftFinança, com evidentes sinergias e otimização de custos e processos.

Quem são os vossos principais clientes, tanto em Portugal como no estrangeiro, e que soluções vossas utilizam?

A SoftFinança é uma empresa com mais de 20 anos de operação centrada no setor financeiro e com um foco especial na área de self-service para serviços financeiros. Ao longo destes anos, a empresa implementou um conjunto alargado de soluções em clientes nacionais e estrangeiros, como a primeira solução de Corporate Banking multi-instituição na Caixa Geral de Depósitos, o desenvolvimento de software para a rede de ATM’s do Montepio, e o projeto de implementação do sistema de pagamentos automáticos em São Tomé e Príncipe, em fase de crescimento e consolidação de novos serviços.

A internacionalização parece ser uma das vossas grandes apostas. Pretendem chegar aos mercados estrangeiros principalmente através da angariação de novos clientes vossos ou através dos parceiros que já têm e que estão a expandir-se para outras geografias?

A SoftFinança pretende, numa primeira fase, consolidar a sua operação e oportunidades de negócio em mercados de língua oficial portuguesa e, para tal, tem uma parceria estratégica com uma empresa, a TecAngol, para os projetos a desenvolver no mercado angolano. Para os restantes países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, bem como para a América do Sul e Central e Europa, a SoftFinança tem uma estratégia de proximidade, através da presença dos seus profissionais nesses mercados.

A internacionalização vai cingir-se aos PALOP ou estão a estudar outras geografias?

Numa primeira fase, em que definimos um conjunto claro de países para a internacionalização da nossa operação, a prioridade é crescer e consolidar a presença nestes mercados, dados os habitualmente longos ciclos de decisão e implementação das soluções tecnológicas no sector financeiro. A perspetiva é que, após esta primeira fase, que deverá decorrer entre este ano e 2015, outros mercados da América Central e do Sul, bem como Europa, irão ser igualmente foco da atenção e crescimento da empresa.

Em que consiste a vossa parceria com a SAP e que resultados esperam obter?

Fruto da aposta estratégica na criação de uma oferta capaz de responder aos desafios atuais e futuros dos seus clientes, foi estabelecida uma parceria estratégica com a SAP. No âmbito da parceria, a oferta da SoftFinança, apoiada pelas soluções da SAP, permite o suporte a vários processos críticos para gestão administrativa, financeira, de capital humano, fornecedores e imobilizado. As perspetivas de negócio previstas no âmbito desta parceria não são públicas.