Receitas da operadora espanhola Telefónica sobem pela primeira vez em seis anos

A faturação do grupo de telecomunicações Telefónica subiu em maio, para o mercado doméstico europeu, face ao mesmo período do ano passado.

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É a primeira vez em mais de seis anos que isto ocorre, segundo informação emitida por comunicado, assinado pelo próprio CEO global da companhia, César Alierta.

O crescimento foi alcançado após uma prolongada contração económica e o aumento de tarifas registado em maio, em mercados como o espanhol, país de origem da operadora. A forte competição durante todo o período de crise da dívida na zona-euro forçou a empresa a reestruturar o seu negócio, através de um esforço generalizado de redução do endividamento.

Com dois movimentos – primeiro a compra de rivais como a E-Plus, na Alemanha, a e GVT, no Brasil, e em seguida a venda da sua unidade britânica, a operadora inglesa O2 -, a Telefónica demonstrou um foco ampliado sobre os negócios domésticos, que encolheram 40% desde 2009 e respondem atualmente a apenas um quarto das receitas totais da empresa.

“Em maio, pela primeira vez desde 2009, as receitas para a Telefónica Espanha subiram um pouco”, explicou César Alierta, durante a assembleia com os acionistas, realizada no final da última semana, em Madrid.

Apesar da boa notícia, a empresa registou uma queda de 3,8% nas receitas do primeiro trimestre, em comparação com o ano anterior, alcançando 2,88 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA caiu 8,6%, para 1,28 mil milhões de euros.

Os resultados da companhia representam um desafio nos próximos balanços, já que a empresa deve iniciar o pagamento pela aquisição da brasileira GVT, vendida pelo grupo francês de media, Vivendi. Os acionistas da espanhola autorizaram no início do mês o pagamento de aproximadamente 7,45 mil milhões de euros à Vivendi.

O negócio envolveu a transferência de todas as ações que a espanhola mantinha na Telecom Italia, e uma outra parte do montante ainda deverá ser colmatado em dinheiro, junto aos acionistas e investidores do conglomerado francês.

*Amauri Vargas é jornalista da B!T no Brasil