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Siemens: Solid Edge está a crescer nas micro-empresas e startups de hardware

A ST8 foi lançada na primavera do ano passado e a Siemens ainda não voltou a atualizar números de vendas. Mas tem apresentado vários casos de estudo de utilização do software de gestão de ciclo de vida do produto, que este ano voltará a receber um update. Entretanto, a empresa anunciou ontem a aquisição da CD-adapco, uma especialista em software de simulação, por cerca de 900 milhões de euros. É uma compra que vai reforçar a estratégia de software industrial da Siemens.

Como está a correr a adesão ao Solid Edge ST8?

Foi muito bem recebido. Tem centenas de melhorias, muitas das quais reforçam a utilização da tecnologia síncrona. Desenvolvemos esta tecnologia para permitir aos utilizadores de Solid Edge obterem o melhor dos dois mundos – a rapidez e liberdade da modelação moderna com o poder e controlo do design parametrizado, tudo num único pacote. Torna a criação e revisão de designs mecânicos muito mais rápida e intuitiva. Também torna fácil a importação e edição de ficheiros CAD não nativos, que são um desafio para a maioria das empresas de desenvolvimento de produto.

Quantas licenças já foram vendidas?

Em 2014 anunciámos que tínhamos vendido mais de meio milhão de licenças. Foi um marco interessante. Normalmente não revelamos esse tipo de número, fizemos uma excepção. Um segmento de crescimento para nós inclui empresas muito pequenas e startups de hardware. Estas empresas precisam de software de design profissional mas têm orçamentos limitados. É aqui que os nossos planos de subscrição ajudam. Os clientes podem comprar o Solid Edge todos os meses, selecionando entre quatro níveis de funcionalidades. Isso liberta cash flow para o negócio. Estamos a assistir a um crescimento exponencial nas licenças por subscrição.

Há planos para expandir as subscrições na nuvem a mais mercados?

Temo-nos focado em melhorar a forma como um novo cliente experimenta o Solid Edge. As subscrições mensais fazem parte disso, tal como a versão de teste gratuita. Os utilizadores podem descarregar uma versão integral e utilizá-la gratuitamente durante o período de teste. A maioria dos novos clientes aproveita este período antes da compra, o que demonstra a sua importância, e estamos sempre a tentar tornar isso mais fácil e aumentar o envolvimento. Lançámos uma opção na nuvem por esta mesma razão. Quando os utilizadores se inscrevem  podem descarregar o software para o desktop ou usar em streaming no navegador. Uma vantagem da opção na nuvem é que os utilizadores podem começar a usar o software de imediato. A opção na nuvem está disponível nos Estados Unidos e no Reino Unido e estamos a receber feedback dos utilizadores, mas não temos planos anunciados para a introduzir noutros países.

Que tendências podemos esperar em 2016?

A manufatura entrou na era da disrupção. Os produtos estão mais inteligentes e complexos. As empresas inovadoras estão a tirar partido de tecnologias novas para tornar o seu desenvolvimento de produto, e a produção, mais inteligentes. A disrupção apresenta riscos, mas também enormes oportunidades, em particular para empresas mais pequenas. E penso que é aqui que veremos a história a continuar a avançar em 2016.

De que forma?

Um bom exemplo é a Local Motors, uma empresa que lançou o primeiro carro feito com impressão 3D pronto para a estrada, o LM3D Swim. O design foi feito em crowdsourcing com a comunidade online. A Local Motors usou Solid Edge para o design mecânico e consideraram a tecnologia síncrona particularmente útil para a integração de formatos de dados não nativos, típicos quando se vai buscar elementos de design a uma comunidade diversa. A empresa diz que consegue desenvolver e construir um carro novo em menos de um ano, o que é muito mais rápido que a média de seis anos na indústria. Eles conseguem esta rapidez através da co-criação, impressão 3D em instalações flexíveis e software de engenharia avançada como o Solid Edge.

Mas o software não é virado apenas para um tipo determinado de empresas. 

O nosso objetivo com o Solid Edge é fornecer flexibilidade e valor para os fabricantes, quer sejam um incumbente que quer manter-se à frente da concorrência, ou uma startup como a Local Motors que quer criar um novo modelo de negócio, potenciado pela tecnologia. A nossa estratégia é oferecer escolha. Os clientes podem correr Solid Edge na nuvem ou num PC. Podem comprá-lo através de uma subscrição ou licença perpétua. E podem usar numa workstation, portátil ou dispositivo móvel.

A Siemens disse num evento Solid Edge que o Surface da Microsoft oferece a melhor experiência CAD no móvel. Qual é a percentagem que utilizadores que realmente estão a transitar para a mobilidade?

Depende de como define essa transição. As empresas de engenharia têm estado a testar o uso de CAD em dispositivos móveis, mas a penetração ainda é muito baixa e os casos de utilização são principalmente a visualização de documentos de engenharia. Em 2013, a consultora Lifecycle Insights publicou um estudo reportando que 13% das empresas estavam a usar smartphones para verem documentos de engenharia. Outro estudo da consultora em 2014 dizia que 20% dos inquiridos tinham usado apps em tablets para ver desenhos e modelos 3D. Temos uma app de visualização Solid Edge Mobile para o Surface.

No entanto, a linha Surface Pro altera a equação. Agora é para muito mais que ver documentos. Começando com o Pro 3 e agora com o 4, agora temos o poder de uma workstation num aparelho móvel. O Solid Edge foi o primeiro fornecedor de CAD profissional a reconhecer e capitalizar no potencial do Surface Pro para trabalho sério de design CAD. Melhorámos o Solid Edge de forma a tirar partido da caneta e da interface tátil. Estas opções de interface prestam-se bem a desenho mecânico.

O aparelho brilha na frente de clientes a mostrar conceitos, na fábrica a clarificar documentação de engenharia, ou com fornecedores a editar os seus desenhos. Penso que estes cenários vão aumentar a adesão nos próximos anos.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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