SoftBank apresenta o Pepper, o pequeno robot que sente

A japonesa SoftBank deu hoje o seu primeiro grande passo na esfera da robótica com a revelação do seu humanóide automatizado Pepper, um robot de aspeto amigável com funções que vão desde os cuidados médicos a trabalhos de armazenamento de produtos.

softbank pepper

Os autómatos, que a corporação de Internet e telecomunicações acredita serem um elemento chave para colmatar a escassez laboral numa das sociedades que mais rapidamente envelhece em todo o mundo, começarão a ser comercializados, disse a SoftBank, até fevereiro de 2015 a um preço de 1,9 mil dólares. O que diferencia estes pequenos “brinquedos” dos restantes é a extraordinária capacidade de desenvolverem e expressarem emoções, consequência da  sua interação com os humanos.

Pepper, cuja altura não deverá em muito ultrapassar a da cintura de um adulto, falou hoje aos jornalistas numa voz aguda de menino, na conferência de imprensa da SoftBank em Urayasu, a este de Tóquio, onde foi dado a conhecer ao mundo.

O diretor executivo da empresa nipónica, Masayoshi Son, asseverou que pela primeira vez na História da Humanidade serão dadas a um robot emoções humanas.

Os andróides foram desenvolvidos pela empresa francesa de robótica Aldebaran Robotics, na qual a SoftBank comprou em 2012 uma participação, e a sua fabricação vai ser delegada à Hon Hai Precison em Taiwan.

Os vários Pepper vão recorrer à computação cloud para partilhar os dados referentes ao desenvolvimento da sua destreza emocional, informação essa que poderá ser incorporada por outra unidade, formando uma rede de aprendizagem partilhada.

Contudo, Son assegurou que o robot está programado para não revelar informação pessoal do seu “mestre”.

São várias as empresas japonesas que estão a ver a Robótica como uma ferramenta potenciadora do crescimento, e que poderá mitigar algumas das dificuldades que têm assolado o país.

O mercado de robótica japonês fora, em 2012, avaliado em 8,38 mil milhões de dólares, e, segundo um relatório de 2013 do ministério do comércio, adivinha-se que até 2020 o seu valor triplique.

Apesar de ser um grande passo na História da tecnologia moderna, este pequeno amigo andróide de emoções mecanizadas, segundo consta, aprende com a interação humana, ou seja, espelha os comportamentos a que está exposto e partilha o que absorve com uma plataforma cloud que está associada a outras unidades Pepper. Consideremos, então, a seguinte situação: se o robot for sujeito a um ambiente onde a agressividade é a emoção imperatriz, o Pepper passará a exibir comportamentos igualmente violentos? E será essa informação depositada na pool de dados da plataforma cloud, para depois ser absorvida por outras unidades?

A emotividade é que torna o ser humano imprevisível, inconstante, difícil de controlar. Dando essa capacidade a um robot não estaremos a destituí-lo da sua característica primitiva: a racionalidade tecnológica, objetiva e fria, sem o obstáculo das emoções que o desviam do seu propósito?