Cidade simulada é criada nos EUA para testes com carros autónomos

Uma cidade de simulação foi aberta ontem no campus norte da Universidade de Michigan na capital do estado homónimo, Detroit (EUA), para funcionar como local de testes com carros autónomos.

“O corpo docente da universidade projetou esse local como um espaço futurista completamente evoluído”, declarou o diretor do Instituto de Investigação sobre Transporte, Peter Sweatman, que supervisionou a criação da instalação batizada de M City.

Durante a entrevista para o canal de notícias Blomberg News, Sweatman complementou ao afirmar que “o projeto substitui seres humanos por máquinas e essas máquinas devem ser capazes de funcionar em ambientes completos e variados para simular, com segurança, o funcionamento quotidiano de uma grande cidade”.

As fabricantes globais de veículos estão na corrida para desenvolver carros autónomos e renovar os seus modelos de negócio para um mundo onde a mobilidade será redefinida, já que a maioria da população mundial vai convergir para grandes metrópoles durante as próximas duas décadas, de acordo com os líderes do projeto.

A M City, uma mini cidade de 13 hectares, pretende reproduzir o movimento urbano moderno, com engarrafamentos e peões imprevisíveis, junto com paisagens suburbanas, grandes autoestradas e rodovias rurais.

A instalação avaliada em 10 milhões de dólares tem 40 fachadas de edifícios, cruzamentos angulosos, uma rotunda, uma ponte, um túnel, caminhos de cascalho e muitas perspetivas obstruídas. Tem até uma autoestrada com quatro faixas de rodagem e rampas de entrada e saída para o tráfego.

As fabricantes de veículos sinalizam que os carros sem motorista poderiam chegar às ruas dentro de cinco anos. Para a Boston Consulting Group o mercado de tecnologia autónoma crescerá para 42 mil milhões de dólares por volta de 2025, e os carros que funcionam sozinhos poderiam equivaler a um quarto das vendas de automóveis no mundo em 2035.

A estatística também supõe que por volta de 2017, carros semi-autónomos que serão capazes de funcionar em piloto automático, estacionar sozinhos e trocar de faixa automaticamente estarão disponíveis em “grandes quantidades”.

Até agora, os testes de carros autónomos foram realizados em vias públicas ou áreas particulares destinadas a esse fim. As fabricantes de veículos estudam os carros-robô em pistas antigas de teste projetadas para avaliar com que velocidade os carros tradicionais podem dar voltas ou quão bem eles funcionam com humanos ao volante.

O Google, por exemplo, registou mais de 1,6 milhões de quilómetros em testes com o seu veículo autónomo nas ruas do Silicon Valley com cerca de 11 acidentes e ocorrências sem feridos ao longo de seis anos, desde o início do último mês, realiza estudos com carros autónomos nas autoestradas de Austin, no estado do Texas (EUA).

*Amauri Vargas é jornalista da BIT no Brasil