Estudo revela estratégias tecnológicas das empresas portuguesas para renovar o local de trabalho

Na próxima década, o conceito do emprego a tempo inteiro, das nove às cinco, num ambiente de escritório tradicional, será em grande medida esquecido. Até 2025, os millennials irão representar mais de 50% da força de trabalho, e irão redefinir a cultura empresarial em torno de modelos de trabalho flexíveis, uma abordagem mais aberta à colaboração e um foco nos dados como parte vital do negócio. Para compreender melhor o modo como as organizações se estão a preparar para estas mudanças futuras, a PAC associou-se à Fujitsu para entrevistar 1.278 decisores seniores em organizações comerciais e do sector público na Europa, Oceânia e nos Estados Unidos. Este relatório revela assim como os gestores das empresas portuguesas estão a planear fazer a passagem do seu ambiente de trabalho actual para uma estratégia que suporte as novas exigências do negócio em 2025.

As organizações em Portugal afirmam que as suas estratégias de local de trabalho actuais não estão a corresponder às expectativas em várias áreas. A maioria dos participantes no estudo admite que as suas práticas de trabalho actuais não são suficientemente flexíveis para tirar o melhor partido dos seus colaboradores, e também consideram que tecnologia desactualizada está a travar a progressão do seu negócio. Uma das conclusões mais interessantes do estudo é que a cibersegurança está a actuar como travão da produtividade. Quase metade dos líderes empresariais e tecnológicos portugueses afirma que a cibersegurança tem um impacto negativo, o que é um nível preocupantemente elevado. Quando os colaboradores são colocados perante procedimentos de autenticação de segurança que complexos ou consumidores de tempo, caso tentem desempenhar uma tarefa urgente ou com um prazo particularmente apertado eles podem sentir-se encorajados a adoptar caminhos não conformes às regras e seguir por atalhos.

Preparar alicerces para o futuro

As empresas portuguesas estão a efectuar alterações significativas às políticas corporativas e às suas estratégias tecnológicas no local de trabalho de modo a prepararem-se para o futuro. À medida que as novas gerações se tornam presença dominante na força de trabalho, mais de 70% das organizações planeia adaptar as políticas actuais para fornecer um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, uma experiência de local de trabalho mais ágil e atractiva, e acesso instantâneo a informação. A necessidade de impulsionar a inovação rapidamente está a forçar as empresas a olhar para lá das paredes da sua organização e quase dois terços das empresas portuguesas (63%) têm implementado ou planeiam implementar o crowdsourcing e a inovação aberta como forma de criar novos produtos e serviços.

A maioria das empresas em Portugal planeia melhorar a sua abordagem à segurança através da implementação de tecnologia biométrica e análise comportamental e contextual para proporcionar uma abordagem menos intrusiva e mais eficaz à autenticação. Para criar uma experiência de local de trabalho mais atractiva que apoie uma melhor colaboração e produtividade, uma parte substancial das empresas portuguesas planeia investir em áreas como as plataformas sociais empresariais (69%), a automatização de processos robóticos (40%) e assistentes virtuais digitais (38%) nos próximos dois anos. Porém, tendo as organizações de se preparar para uma diversidade geracional crescente, elas vão precisar de agir rapidamente para ter uma abordagem mais eficaz à gestão de conhecimento, sendo que, hoje, apenas 4% delas possuem uma abordagem eficaz e estruturada.

A revolução começa agora

O estudo identificou várias lacunas nas estratégias actuais de local de trabalho em Portugal, as quais precisam de ser colmatadas com urgência através de uma nova abordagem às TI no local de trabalho. O local de trabalho actual não está preparado para suportar uma força de trabalho fluida e flexível, e as actuais abordagens à segurança estão a travar os colaboradores. As organizações não estão preparadas para uma maior diversidade geracional e não estão a corresponder às expectativas em gestão do conhecimento. Todavia, mais de metade das empresas portuguesas planeia remodelar as suas estratégias para ir ao encontro das novas exigências do local de trabalho do futuro. Estas estratégias irão aproveitar a inovação em IA e a conectividade inteligente, mas não podem ignorar questões essenciais como a redução da dependência de uma tecnologia envelhecida que continua a atrasar a sua capacidade de inovação e de adaptação. A sobrevivência a longo prazo do negócio está em risco, e o futuro precisa de respostas agora, antes que o ritmo da mudança se torne impossível de gerir.

João Miguel Mesquita

Desde 1998 que está diretamente ligado às TI. Tendo desenvolvido a sua atividade profissional em projetos como Portugalmail, IOL (Grupo Media Capital), Terravista (Grupo T -Deutsche Telekom) , e Jornal Digital do Norte. Estudou Direito na Universidade Autónoma de Lisboa. É COO e Editor-inChief do Grupo Netmediaeurope/America no Brasil e Portugal. Gestor de projetos e-business, e editor. É um entusiasta do impacto das TI nas industrias criativas.

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