Facebook vai combater publicações de ódio contra refugiados

O Facebook lançou uma iniciativa para combater o discurso de ódio e o extremismo contra os refugiados que têm chegado à Europa vindos da Síria e outros países em conflito. O orçamento da iniciativa é de um milhão de euros.

A medida, que vinha sendo preparada há algum tempo, chama-se Online Civil Courage Initiative e conta com alguns parceiros da área, nomeadamente Peter Neumann do International Centre for the Study of Radicalisation and Political Violence, Sasha Havlicek do Institute for Strategic Dialogue (ambos do Reino Unido) e Anetta Kahane da Amadeu Antonio Foundation, da Alemanha. A sede desta campanha é em Berlim, mas as atividades irão chegar a toda a Europa.

“No último ano, vimos milhões de pessoas a juntarem-se online para apoiar os refugiados e a unirem-se em solidariedade para com as vítimas de ataques terroristas”, escreveu a número dois da rede social, Sheryl Sandberg, na legenda da fotografia com os parceiros da iniciativa, que publicou na sua conta. “Mas também ouvimos as vozes do ódio a subirem de tom. Com o extremismo a destruir vidas e sociedades em todo o mundo, desafiar essas vozes nunca foi tão importante.”

Serão reunidos especialistas no campo do combate ao ódio online para desenvolver um guia de Melhores Práticas que será entregue a governos, organizações não governamentais e outros serviços online. Também estão a ser desenvolvidas ferramentas para que os utilizadores se possam envolver nesta área.

A iniciativa começa por funcionar numa página onde os utilizadores poderão partilhar as suas histórias e ideias para combater o discurso de ódio no Facebook. Esta página conquistou 2300 “gostos” desde que foi lançada e alguns dos alvos da campanha anti-ódio já receberam a mensagem e não gostaram: os comentários não são todos de apoio e há quem insulte Sandberg e o Facebook. “Vocês pensam que ter o direito de comprar armas e andar armado é ‘discurso de ódio’, huh? Eu serei aquele que acaba com a vossa campanha de censura e vos fará desejar nunca terem começado!”, lê-se num comentário (até agora não censurado) que foi publicado hoje na página.