PayPal deve pagar 25 milhões por problemas com produto de crédito

A entidade reguladora de serviços financeiros para consumidores dos Estados Unidos acusou o sistema internacional de pagamentos, PayPal, de inscrever ilegalmente consumidores para um produto de crédito online sem o devido consentimento.

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Por conta da suposta violação de direitos desses utilizadores, a entidade afirmou que a companhia deveria pagar um total de 25 milhões de dólares em multas e indemnizações para os clientes lesados. O Departamento de Proteção Financeira do Consumidor disse que a companhia, que ainda é uma divisão de pagamentos eletrónicos do gigante de e-commerce, eBay, inscreveu consumidores no seu produto PayPal Credit ao invés do método de pagamento preferido pelos utilizadores.

Na proposta de ordem enviada a um tribunal distrital do estado de Maryland, que precisa da aprovação de um juiz para se tornar definitiva, o PayPal ainda é acusado de de práticas de propaganda enganosa. Por isso, pode ser pedido um reembolso no valor de 15 milhões de dólares para os consumidores, além de uma multa de aproximadamente 10 milhões ao governo norte-americano, segundo informações do regulador.

A porta-voz do PayPal, Amanda Miller, defendeu a empresa, ao pontuar que a companhia tem a proteção de consumidores entre as suas prioridades. “O nosso foco está na facilidade de uso, clareza e na oferta de produtos de alta qualidade que são úteis a consumidores e que estejam de acordo com as leis vigentes”, disse ela às agências de notícias internacionais, por meio de comunicado.

Os problemas com os órgãos reguladores de crédito no seu país natal acontecem um dia após o anúncio da cisão entre o PayPal e seu acionista maioritário, o eBay. Com a separação, os papéis da companhia de pagamento devem voltar à ser negociados em bolsa, no mercado eletrónico da Nasdaq, local onde são negociadas as ações de diversas companhias de internet, como o Baidu, Google, Yahoo! e o concorrente chinês do eBay, Alibaba.

No primeiro trimestre, o PayPal demonstrou resultados financeiros animadores, com crescimento de 18% e um volume total líquido de pagamentos da ordem de 61 mil milhões de dólares, com volume de serviços comerciais em expansão de 26%. A companhia conquistou cerca de 3,6 milhões de novas contas ativas no período, uma expansão de 11%, que totaliza mais de 165 milhões de contas e processou mais de mil milhões de transações nos três primeiros meses do ano, uma subida superior a 24%, em comparação com o mesmo período de 2014.

*Amauri Vargas é jornalista da B!T no Brasil