SAS: “Objetivo é garantir que temos um dos melhores locais para trabalhar”

*em Las Vegas

Foi um evento recheado de novidades, desde a plataforma de analítica de marketing CI 360 à nova arquitetura Viya e ainda SAS para IoT (Internet das Coisas). Aos 40 anos, o SAS Institute nunca teve um ano de prejuízos e todos os anos cresce em receitas e em clientes. Agora, reforçando que é líder em analítica, a empresa procura reinventar a área – continuando a figurar no ranking de melhores empresas para trabalhar.

Qual é a vossa estratégia na recém-criada área de cibersegurança?

Temos cerca de 10 empresas com quem estamos a trabalhar neste momento, para fazer testes. Requer um grande esforço para instalar, porque é preciso pegar em todos os routers da empresa e ligar ao nosso sistema. Mas somos a única empresa que consegue interceptar todo o tráfego de dados que se está a movimentar dentro de uma organização em tempo real. A maioria das empresas que estão neste negócio recolhem dados e põem de lado, para o caso de um dia terem de fazer uma investigação. Ora, nós investigamos uma vez por hora. Mantemos isso quase em tempo real. Daria para fazer de 15 em 5 minutos, mas temos de acumular dados suficientes para determinar se um endereço IP está a apresentar um comportamento fora do normal. Por isso, decidimos fazer a análise por hora. Se um endereço IP de repente está a fazer algo que normalmente não faz, então lançamos um alerta.

É uma estratégia direcionada às grandes empresas, dado o custo e o volume? 

É provavelmente melhor para as grandes empresas, porque exige um investimento em hardware para poder recolher os dados. E depois precisa do nosso produto de visualização para identificar os alertas.

O SAS continua a ser considerado uma das melhores empresas para trabalhar. Como é que isso ajudou na performance da companhia?

Um dos meus objetivos é garantir que temos um dos melhores locais para se trabalhar. E isso inclui o ambiente, os escritórios, a arte nos espaços abertos, garantir que os colaboradores têm tempo para tratarem das suas vidas pessoais. Acima de tudo, gostávamos de ter um trabalho desafiante. Os nossos colaboradores adoram resolver esses desafios. E para alguém que está em Investigação & Desenvolvimento, o desafio é mais importante que o dinheiro. Vi  um estudo que dizia que o dinheiro vem a seguir ao desafio. Eles não querem receber muito dinheiro para executarem um trabalho que aborrece. Óbvio que temos de pagar ao mesmo nível que o resto do mercado, porque temos empresas à nossa volta que adorariam contratar os nossos colaboradores.

Todas tentam ir buscar os melhores, em especial numa área onde há falta de recursos.

Claro. Também acredito que se você tratar as pessoas de forma a que sintam que fazem diferença, então elas vão fazer a diferença. Certamente, não queremos ser considerados um mau local de trabalho. Ou um dos piores lugares para trabalhar. Mas no fim de tudo, isso também significa que os colaboradores gostam de estar connosco. A nossa taxa de rotatividade é muito baixa, também porque temos essa reputação de bom local para trabalhar. Isso torna o recrutamento mais fácil.

Como conseguem manter essa reputação fora dos Estados Unidos? 

A nossa divisão de recursos humanos encoraja as subsidiárias a seguirem esses princípios.

Na semana passada, foram aprovadas uma série de medidas que reforçam a proteção dos dados na Europa. Isso afeta-vos?

Na verdade, temos especialistas a fazer lóbi na Europa para que as leis de privacidade não sejam tão rigorosas. Afeta-nos apenas se um cliente decidir que vai deixar de analisar dados, mas não acredito que alguém faça isso. Eu, pessoalmente, quero receber anúncios personalizados, quero que saibam que tamanho calço. Existe um certo tipo de informação que o consumidor quer que saibam acerca dele.

Disse que o Viya era um “passo de gigante” para o SAS e seus clientes. Acredita no sucesso dessa plataforma como nova referência?

Sim, sem dúvida. Estou muito confiante. Também porque é um sistema aberto, que pode ser trabalhado com Python e outras linguagens pelos programadores.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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