Crescimento da cloud compensa queda de lucros na Oracle

No segundo trimestre fiscal de 2016, findo a 30 de novembro, a Oracle teve um volume de negócios de 8,2 mil milhões de euros e lucros de 2 mil milhões, ambos em queda. No entanto, salientou a empresa no comunicado ao mercado, os números seriam melhores sem a diferença cambial. “O fortalecimento do dólar americano contra as moedas estrangeiras teve um impacto significativo nos resultados do trimestre.”

A performance das várias unidades de negócio foi mista. As receitas de hardware derraparam 16% para mil milhões de euros, enquanto o total de vendas de serviços caiu 8% para 787 milhões de euros. As receitas do software instalado nos clientes (on-premise) também recuaram para 5,8 mil milhões de euros, menos 7% que no mesmo período do ano passado.

A divisão de serviços baseados na nuvem foi, de facto, o grande marco positivo do trimestre. As receitas totais subiram 26% para 593 milhões de euros (teriam subido 31% sem a flutuação cambial), um sinal encorajador para a empresa na transição para a era da computação na nuvem. É um crescimento relevante tendo em conta a forma como a Oracle inicialmente abordou a tecnologia. “Mas que raio é a cloud?!”, perguntou o co-fundador Larry Ellison numa famosa intervenção em 2008, na qual considerou que a nuvem era apenas mais uma moda.

O facto é que os números melhoraram. As vendas de SaaS (software as a service) e PaaS (platform as a service) na nuvem cresceram 34%, para 442 milhões, com as receitas de IaaS (infrastructure as a service) a subirem 7% para 150 milhões de euros. O CEO Mark Hurd revelou que a empresa já tem 1500 clientes ERP na nuvem.

“Foi um trimestre de crescimento muito forte no nosso negócio cloud”, reconheceu Hurd, adiantando que a Oracle conseguiu mais de 300 contratos Fusion ERP no período. Larry Ellison, chairman executivo e diretor de tecnologia, acrescentou que os objetivos anuais relativamente ao volume de negócios em SaaS e PaaS estão bem encaminhados.

Nas trocas fora de horas, as ações da Oracle caíram 1,18% para 38,45 dólares. Desde o início do ano, os títulos da empresa já desvalorizaram cerca de 13%.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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