Twitter cede a exigências russas e bloqueia acesso a contas

O governo russo, defensor fervoroso da obliteração de todas as redes sociais e demais plataformas de divulgação de informação que fujam ao seu punho de ferro, anunciou hoje que o Twitter acordou em vedar o acesso dos utilizadores russos a contas que as autoridades reguladoras do país consideraram imorais ou extremistas.

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Numa altura em que o Kremlin está a procurar conquistar um controlo absoluto sobre a Internet, várias empresas viram-se forçadas a acomodar as exigências e austeras legislações russas sobre o setor digital para que desta forma consigam preservar a sua relevância no maior mercado europeu da Internet em termos de do número de utilizadores.

Dadas as circunstâncias, o Twitter deparou-se com uma única solução: impedir o acesso a uma dezena das suas contas caracterizadas como “extremistas” pelo governo de Vladimir Putin. Entre as páginas bloqueadas estava a do grupo ucraniano Pravyi Sektor, segundo declarações de Alexander Zharov, diretor da autoridade reguladora para as comunicações russas Roskomnadzor.

O Presidente Putin, soterrado em sanções dos Estados Unidos e da União Europeia depois de ter açambarcado a Crimeia, declarou, no passado mês de abril, que era imperativo que o governo alcançasse um maior controlo sobre as informações que circulam na Grande Rede, que, segundo o antigo oficial do KGB, são, em parte, artifícios das agências de inteligência dos Estados Unidos que objetivam a queda do governo russo.

Em fevereiro, a Rússia aprovara uma legislação que muniu as autoridades nacionais de um poder de bloqueio que passou a dispensar permissão legal. Estas entidades, assim, impedem o acesso a qualquer website que considerem veículos de ideologias extremistas ou ameaças à ordem pública.

Colin Crowell, diretor de Políticas Públicas do Twitter, disse que a empresa está ansiosa por poder discutir estas novas normas com as autoridades reguladoras russas, no decorrer daquele que se constitui como a primeira visita oficial dos executivos da plataforma norte-americana à Rússia.