O estudo “Getting to Equal: How digital is helping close the gender gap at work” foi feito pela Accenture em 4900 mulheres e homens de 31 países, e lançado perto da celebração do Dia da Mulher, na próxima terça-feira. A principal conclusão é de que “as mulheres ainda estão um passo atrás dos homens em termos de fluência digital na maioria dos 31 países analisados nesta pesquisa, pelo que o investimento nessas competências pode alterar este cenário.”
Se este esforço for feito por empresas e governos, diz a Accenture, a igualdade pode ser alcançada duas vezes mais rapidamente. A consultora refere que as mulheres estão a usar as competências digitais para obterem vantagens na progressão da sua carreira, mas o seu impacto “ainda não permitiu reduzir as diferenças em cargos executivos ou relativamente a salários.”
“As mulheres representam um segmento de talento ainda pouco explorado que pode ajudar a reduzir a lacuna entre as competências necessárias para manter a competitividade e o talento disponível”, comenta Pierre Nanterme, CEO da Accenture. “Há uma clara oportunidade para que empresas e governos colaborem no sentido de capacitar as mulheres com competências digitais, de forma a acelerar a igualdade de género no mercado de trabalho.”
O estudo indica que 49% de todas as profissionais e 56% das mulheres da geração millennial aspiram a posições de chefia, mas os homens ainda representam os elementos do agregado familiar com salário superior, nas várias gerações. “Esta situação irá alterar-se à medida que as mulheres da geração millennial, nascidas entre o início dos anos 80 e 2000, atinjam cargos de gestão”, diz a Accenture.
Uma conclusão interessante é que quando ambos os géneros têm o mesmo nível de proficiência digital, as mulheres são melhores a tirar partido dessas competências para encontrar um emprego. “As mulheres apresentam níveis mais elevados de formação em 16 dos 31 países estudados”, lê-se no relatório.
José Galamba de Oliveira, presidente da Accenture Portugal, sublinha que “há muitas formas de reduzir a desigualdade de género no local de trabalho, mas o digital é um veículo particularmente poderoso.” Embora uma mudança não aconteça de um dia para o outro, refere, o investimento realizado no desenvolvimento das competências digitais das mulheres, desde a educação à formação e aprendizagem no trabalho, poderá ajudar a acelerar o seu progresso.
A amostra contém uma representação equivalente entre homens e mulheres de três gerações (Millennials, Geração X e Baby Boomers) em toda a força de trabalho de organizações de diferentes dimensões. A margem de erro total da amostra é de +/- 1,4%, e o estudo pode ser consultado no site da Accenture, em inglês.
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