Entrevista da Semana | Primavera considera 2016 o ano de lançamentos “premium”

A Primavera BSS reuniu em Ílhavo, pela primeira vez em mais de 20 anos de história, todo o canal de parceiros em Portugal. O objetivo foi apresentar a Omina Platform, uma nova plataforma que permite modelar aplicações a partir de um browser, numa plataforma pré-configurada e orientada aos processos de negócio.

José Dionísio, CO-CEO da Primavera BSS, falou à “B!T” deste lançamento.

Uma das apresentações em Ílhavo foi sobre o sugestivo tema “O mercado e as suas novas dinâmicas”. Em que fase está o mercado e quais as dinâmicas que lhe reconhecem?

O mercado do software de gestão para as empresas está de facto em mutação acelerada. A entrada de novos players, com produtos a correrem na cloud e dirigidos às microempresas por um lado e, por outro, com o aparecimento de plataformas ágeis de desenvolvimento que permitirão ajudar as maiores empresas a cumprir as suas estratégias de transformação digital, são duas das muitas alavancas que justificam a forma como as empresas estão a percecionar os benefícios inerentes às soluções suportadas em ambientes cloud puros ou híbridos. Tudo a está a mudar de forma muito rápida: hardware, licenças de software e serviços estão a ser comercializados de forma completamente distinta quando comparamos com a forma como os vendíamos há dois anos atrás.

Uma das novidades deste ano é um único evento dedicado a todos os parceiros, de todos os setores? Porquê esta alteração?

Quisemos de facto reunir toda a comunidade Primavera num único evento realizado nas excelentes infraestruturas do Centro Cultural de Ílhavo. Por um lado, era importante que todos sentissem a dimensão do ecossistema Primavera e, por outro, os conteúdos levados ao evento eram de facto em oitenta porcento dirigidos a todos os parceiros independentemente da sua dimensão. Foi também muito importante promovermos bons momentos de networking entre os cerca de 500 participantes que estiveram no evento. Gostámos e iremos certamente repetir este formato.

Em termos de produto, quais as grandes novidades?

O ano de 2016 será um ano premium, se me permite a expressão, do ponto de vista do lançamento de novas ofertas. Vamos lançar três novos produtos todos eles dirigidos a ambientes de trabalho puramente cloud. O Omnia Employee, que permitirá a centenas de milhares de colaboradores de empresas que utilizam o nosso software de Recursos Humanos a interagir com o departamento de RH das suas empresas através de um portal na web. O Omnia Platform, uma plataforma ágil de desenvolvimento que permitirá aos nossos parceiros e às empresas com departamento de IT, desenvolverem aplicações de negócio de forma muito rápida e integradas de forma nativa com o nosso ERP e muito facilmente com outro qualquer sistema de gestão. Por último apresentámos aos nossos parceiros em antevisão o que será o futuro ERP cloud nativo da Primavera e que tem o nome de Business Suite. Todos os produtos correm em cloud, usando também o que de melhor se faz em ambientes híbridos.

Omnia está já disponível

Quando estarão disponíveis no mercado?

A oferta Omnia está já disponível e o Business Suite deverá ser comercializado no último trimestre deste ano, se tudo correr bem.

 De forma mais concreta, qual a “ligação” da Microsoft à Primavera?

O que nos liga é a tecnologia. Foi assim há 23 anos quando começamos e desenvolvemos o primeiro software para Windows em Portugal, é hoje assim porque acreditamos ter feito a escolha correta quando escolhemos o Azure para suportar toda a nossa infraestrutura de dados.

Recentemente criaram uma spin-off para endereçar a Administração Pública (AP). Quanto já representava este setor no vosso volume de negócios?

Representa cerca de 7% do nosso volume de negócio. Mais do que o valor, orgulhamo-nos muito da forma como servimos grandes instituições públicas com produtos desenvolvidos pela empresa e serviços prestados pelos nossos consultores ou consultores especializados de parceiros nossos. Há muito a fazer com o objetivo de virmos a ter uma AP melhor informatizada e a servir melhor os cidadãos.

Setor público e privado representam duas realidades muito diferentes

Porque viram necessidade de “separar” este negócio?

Para melhor forcarmos nas características próprias deste setor. Apesar de tudo, o setor público e o setor privado representam duas realidades muito diferentes e com necessidades muito distintas do ponto de vista das características do software que servem essas realidades.

Vão endereçar diretamente a AP, criar um novo canal de parceiros ou será o mesmo canal a trabalhar este setor?

Há muitos anos que endereçamos este setor de forma direta, não deixando de ter a participação de parceiros especializados em muitos projetos.

Qual a visão estratégica da Primavera para os próximos dois anos?

Fomos precisamente a Ílhavo anunciar aos nossos parceiros as grandes mudanças de que já falei. Estamos a adequar a nossa oferta a um negócio que é cada vez mais um negócio de rendas de software com infraestruturas incluídas, em que no segmento mais baixo da pirâmide de mercado os microempresários querem escolher, testar e comprar, se possível sem serem incomodados por ninguém. Os nossos parceiros vão ter por isso que subir na cadeia de valor, ganhar novas competências e endereçar os mercados que estão acima daqueles onde atuam atualmente. E cada vez mais teremos que trabalhar o mercado com uma linguagem especializada. Só assim acrescentaremos valor a quem consulta o ecossistema Primavera.