A esperada fusão entre a PT e a Oi, anunciada esta quarta-feira, leva a que a última empresa de comunicações com sede em Portugal dê o salto para terras do Brasil. Nada a temer, claro, porque nenhum accionista será louco para desinvestir em serviços no Portugal europeu. Por isso a velha TLP terá sempre garantida marca, hardware e software em território nacional.
A perda de controlo da empresa por accionistas nacionais é também irrelevante. O BES e a Ongoing têm capitais difusos e sem pátria, que continuarão vivos na novíssima CorpCo. O que aqui é relevante é saber se a fusão entre a Oi e a PT dará mais ou menos contributos à caixa comunitária. Ou, em língua simples, se com a sede em São Paulo os impostos serão pagos em Lisboa.
Além deste importante facto, que levará parte da operação financeira a pagar impostos no Brasil, há ainda o interesse vivo, por parte dos accionistas, de fugir de um país com ratings baixíssimos. A PT, enquadrada em Portugal, estava segura nos seus resultados mas enfrentava, tal como as outras empresas, o problema de financiamento natural de uma companhia sediada num país sem acesso ao crédito barato. Para mais, PT e Oi têm gigantesca dívida, que só se resolve com mercados simpáticos…
A somar a tudo isto existe a claríssima e mais do que provável opção por deslocalizar a investigação e desenvolvimento para o Brasil. Os engenheiros e técnicos nacionais emigrarão ou ficarão sem emprego. O Brasil é território fértil para o negócio e já lá cantam a Ongoing, o BES e outros accionistas da PT com fortes interesses ali, em Angola, em Moçambique e em tantos outros mercados.
Em suma: o fim da PT e a entrega de uma marca-referência a um grupo de capitais difusos é o encerramento de um ciclo de ouro para as telecomunicações e informáticas nacionais – ciclo que começou na TAP ou na Caixa, nos idos de ’70 do séc. XX. Agora, Lisboa abandona uma dianteira na investigação e vê partir o seu último reduto de uma vanguarda importante. Se o consumidor vai ou não sentir isto é outra discussão. A fuga de impostos, de cérebros e de liderança no sector é grave para Portugal. Temo apenas que Lisboa, ocupada com preocupações de tesouraria, não entenda isto. D João V, o último que não viu a evidência, explorou também o Brasil e acabou louco.
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